Saudação Vicentina

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domingo, 17 de novembro de 2013

FREDERICO OZANAM

Frederico Ozanam: a defesa dos trabalhadores - por Joelson C. Sotem,CM PDF Imprimir E-mail
Escrito por JCS   
Seg, 05 de Agosto de 2013 16:58

 
"Se um grande número de cristãos e particularmente de clérigos, tivessem se preocupado com as classes operárias durante os últimos dez anos, estaríamos mais seguros acerca do futuro; e todas nossas esperanças descansam no pouco que foi feito até agora”.
Frederico Ozanam
 
Frederico Ozanam trabalhou em duas frentes quando se fala do mundo do trabalho: A Sociedade de São Vicente de Paulo para suprir as necessidades imediatas provocadas pelo empobrecimento das pessoas e Reflexões e questionamentos em jornais, tribunas e escritos sobre a política que permitia que a industrialização criasse uma classe de gente na miséria e extrema pobreza.
O trabalho da SSVP bem o conhecemos. Falta-nos debruçar sobre seus escritos e pensamentos sobre o mundo do trabalho que influenciou significativamente a primeira encíclica social de 1891 – Rerum Novarum, de Leão XIII.
Procurou lutar para que houvesse mais justiça e dignidade junto à classe trabalhadora. É por isso que, empreendeu o esforço em sistematizar pontos essenciais nas questões sociais que beneficiavam àqueles cuja situação de vida digna estava ameaçada. Via as questões sociais do ponto de vista cristão. A elaboração de tais fundamentos, valeu-lhe ser contado entre os precursores da Doutrina Social da Igreja.
Para Frederico Ozanam era inadmissível considerar os trabalhadores como escravos, “coisas” ou como mero instrumento de lucro para os patrões. Ele, a seu modo, já antevia e apresentava algumas questões que hoje são realidade, como: aposentadoria, assistência social, associação dos trabalhadores, condições dignas do trabalho (ambiente saudável, higiene, segurança,...).
Ele não pertencia à classe trabalhadora, pois era de uma família burguesa. Mesmo assim ele não deixava de ver esta realidade. Escreveu o seguinte numa carta de 1848:
“Devemos trabalhar em favor das classes operárias, amontoadas em grandes cidades, pisoteadas por um egoísmo que os despreza. Pobres que vivem à margem de uma sociedade que se autoproclama livre e igual”.
Enfim, dizia ele:
“A questão que hoje agita o mundo não é uma questão de pessoas nem uma questão de formas políticas, senão que é uma questão social; é a luta dos que não tem nada e dos que tem em demasia, é o choque violento da pobreza e da opulência que faz tremer a terra sob nossos pés. É nosso dever, de cristãos, de intervir entre estes inimigos irreconciliáveis, e conseguir que reine a igualdade enquanto seja possível entre humanos”.
Fonte: Joelson C. Sotem, CM - artigo escrito para a Revista Voz de Ozanam do Conselho Metropolitano de São Paulo - Jul/Ago 2013